Lideranças dos caminhoneiros entregaram nesta quarta, dia 4, em Brasília, uma pauta de reivindicações ao ministro chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto. O encontro durou mais de uma hora.
De acordo com um dos participantes da reunião, Carlos Litti, o ministro já sinalizou que irá incluir a pauta nas discussões sobre a tabela de frete na próxima terça, dia 10. Entre as propostas, estão a reduação de PIS/Cofins no preço do diesel e a criação de uma linha especial de financiamento.
Após a entrega das reivindicações, um grupo de caminhoneiros dirigiu pelas ruas da capital fazendo um “buzinaço”. A polícia definiu a rota e escoltou os caminhões que participaram do ato. Eles percorreram a Esplanada do Ministério e passaram pelo Congresso. Houve apoio do público ao movimento.
– É uma forma de comemoração, porque demos mais um passo, e também um protesto. Não conseguimos nada até agora, mas vamos confiar – afirma o caminhoneiro autônomo Gilberto Bandeloff, de Santa Catarina.
Muitos dos caminhoneiros retornaram para suas cidades. No entanto, alguns manifestantes prometem permanecer em Brasília. Eles não reconhecem os líderes que negociaram com o governo como seus representantes.
– Essa pauta não representa os caminhoneiros. É preciso ter um acordo com todos os companheiros que estão aqui lutando por um ideal, que é baixar o preço dos combustíveis e aumentar o preço do frete. Tem um racha muito grande, tem gente que se diz líder, mas é dono de cooperativa e de centenas de caminhões – diz o caminhoneiro Idacildo Cortez, de Natal (RN).
Rio Grande do Sul
Sem receber cargas desde 23 de fevereiro, por conta do bloqueio de caminhoneiros, o porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, começa a retomar suas operações normais. Na manhã desta quarta, já se formava uma fila de veículos no acesso ao terminal de cargas.
– A gente ficou cerca de 10 dias parado esperando a liberação da pista. Estamos voltando hoje, mas, se não tiver um acordo com o governo, pode ter greve mais uma vez – afirma o caminhoneiro Juliano Disconzi.
A paralisação dos caminhoneiros só terminou no estado após acordo com empresas transportadoras, que aceitaram reajustar o valor do frete em 12%.
– Nós tivemos um impacto muito forte nos últimos dias, principalmente na segunda (dia 2), quando acredito que deixamos de atender 70% da demanda total do porto público – diz o diretor de Infraestrutura de Rio Grande, Paulo Somensi.
A administração do porto não consegue estimar o quanto deixou de sair ou chegar dos terminais. No entanto, a expectativa é que toda a carga que ficou retida nas rodovias seja escoada o mais rapidamente possível.
– Essa demanda começou a voltar ao normal na tarde de ontem (dia 3), e nós estimamos que até o início da semana que vem tenhamos toda essa demanda já estabilizada – completa Somensi.
Mato Grosso
A mobilização dos caminhoneiros em Mato Grosso atrasou o plantio de milho safrinha e a colheita de soja. Entidades ligadas à agricultura acreditam que em menos de um mês a situação seja normalizada.
Fonte: Canal Rural