A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, e parlamentares da bancada ruralista do Congresso Nacional vão negociar o fim das greves de caminhoneiros com o Palácio do Planalto, a pedido de entidades de motoristas que comandam as paralisações em rodovias federais de vários Estados. A ideia é garantir o escoamento da produção de alimentos no país.
O Valor apurou que Kátia já tratou do assunto em uma primeira conversa com o ministrochefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e já convocou uma reunião com a direção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta terça, às 19h, para monitorar o estoque de alimentos da autarquia em caso de prolongamento excessivo das greves.
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) – como é chamada a bancada ruralista –, deputado Marcos Montes (PSDMG), afirmou que levará ao governo a urgência para duas reivindicações principais dos caminhoneiros: a sanção da Lei dos Caminhoneiros sem vetos pela presidente Dilma Rousseff e a redução de tributos sobre o óleo diesel, combustível usado para abastecer os caminhões.
Primeiramente, os parlamentares tratarão as propostas com a própria ministra Kátia em reunião durante toda a tarde desta terça em Brasília. Mas o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Miguel Rossetto, também deve atendêlos em breve.
“Recebemos visitas de caminhoneiros hoje e a conclusão é que as reivindicações deles são justas, mas temos que focar nessas duas linhas: a aprovação da Lei dos Caminhoneiros, que favorece esses motoristas, uma política nacional sobre o preço do petróleo”, disse Montes ao Valor.
Entre seus principais pontos, a Lei dos Caminhoneiros, aprovada no ano passado pelo Legislativo, flexibiliza a jornada de trabalho dos caminhoneiros para um total de 12 horas ao invés das atuais 10 horas e a regulamentação de horas de descanso, por exemplo.
Kátia Abreu já se comprometeu com os parlamentares em encaminhar a pauta dos caminhoneiros amanhã em nova reunião com Mercadante, dessa vez conjuntamente com ministros de outras pastas como Transportes e Justiça.
Entretanto, parlamentares da bancada ruralista temem que o excesso de exigências pretendidas pelos caminhoneiros estenda por tempo indefinido a greve que já dura sete dias. “Precisamos fazer um movimento que atenda o pleito justo dos caminhoneiros, mas ao mesmo tempo cautela, porque postergar essa greve significaria um prejuízo enorme”, disse Montes.
Fonte: Valor Econômico