O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), afirma que o agronegócio pode tirar o Brasil do atoleiro, mas, para isso, é necessário que seja feito o trabalho fora da porteira, com estradas em condições para o escoamento da safra. “É o setor da economia que pode dar a resposta mais rápida para a economia brasileira”, afirmou. “No entanto, a realidade dos atoleiros observada na BR-163, trazendo prejuízos enormes às exportações, precisa ser corrigida com urgência, mesmo sabendo que a responsabilidade por este caos é dos governos anteriores”.
Segundo Nilson Leitão, trata-se de um trajeto muito complicado, que só piora no período de chuvas. Leitão lembrou que, até a porteira da fazenda, o produtor brasileiro está fazendo a sua parte. Prova disso é previsão de uma safra recorde de 220 milhões de toneladas de grãos. No entanto, todo esse trabalho começa a ser prejudicado quando não há rodovias adequadas para transportar os grãos aos portos.
O agricultor que exporta a soja, por exemplo, tem o compromisso de entregá-la no prazo e no local definido pelo importador. Só na semana passada, os produtores já contabilizam um prejuízo de US$ 6 milhões somente com a taxa paga pela permanência das embarcações nos portos. Mas essas perdas podem chegar a US$ 350 milhões.
De acordo com o presidente da FPA, o que se observa agora na BR-163 e outras rodovias das regiões de fronteira agrícola é um exemplo disso: a infraestrutura do nosso país, reconhecidamente deficiente, não acompanha o progresso do setor produtivo rural. A safra brasileira deste ano é recorde, de 220 milhões de toneladas de grãos. Só a Região Centro-Oeste colhe um volume estimado em 94,5 milhões de toneladas, representando 28% de aumento em relação ao ciclo anterior. Só o estado de Mato Grosso está colhendo cerca de 56 milhões de toneladas. “A nossa esperança vem do campo, mas são muitas pedras no caminho”, ressaltou ele.