Dilceu Sperafico*
A importância da boa trafegabilidade de estradas rurais vai além dos interesses de produtores rurais.
No mercado globalizado e num país com a economia baseada no agronegócio, como o Brasil, a pavimentação e conservação de rodovias do campo, são fundamentais para todos os segmentos econômicos e sociais, incluindo os urbanos.
O agricultor, obviamente, necessita de boas estradas para o escoamento da produção, o recebimento de insumos e a busca de serviços públicos na cidade, com qualquer tempo, mas os reflexos desse tratamento ao agronegócio são cada vez maiores e mais abrangentes.
Da manutenção de boas estradas rurais também dependem o abastecimento das áreas urbanas, a diversificação da produção primária, a consorciação da lavoura à pecuária, a geração de emprego e renda, a arrecadação de tributos e o desenvolvimento econômico e social da Nação.
A população urbana, no País e no mundo, se torna cada vez mais exigente sobre qualidade, sanidade, diversidade e sustentabilidade de alimentos, o que exige estrutura adequada para o transporte seguro e em tempo hábil da produção primária até as agroindústrias e o comércio distribuidor.
O fornecimento de hortifrutigranjeiros às agroindústrias, supermercados, feiras e mercearias, por exemplo, tem de ser regular o ano inteiro, independente de condições climáticas.
Essa realidade demonstra que sem estradas pavimentadas e bem conservadas, a diversificação da produção e a consorciação da lavoura à pecuária são inviáveis.
O agricultor que investe na produção de leite, suínos, frangos, frutas e hortaliças, para diversificar a estabilizar seus rendimentos ao longo do ano inteiro, independente de eventuais adversidades climáticas, necessita sempre de estradas transitáveis, incluindo dias de chuva intensa.
O mesmo ocorre com o investimento em agroindústrias, pois para se manter em funcionamento e atender clientes ao longo do ano, precisa do abastecimento regular de matérias-primas, pelas propriedades rurais fornecedoras.
O comércio de alimentos, como supermercados, mercearias e feiras, por sua vez, para dar preferência aos produtos locais, além de qualidade, sanidade, diversidade e sustentabilidade, exige da mesma forma a regularidade do fornecimento, pois consumidores têm de ser atendidos todos os dias, chova ou faça sol.
As vantagens da aquisição de alimentos locais, como menor custo de transporte e maior facilidade de acompanhamento da qualidade da produção, igualmente dependem da estrutura rodoviária do município e região.
O mesmo acontece com oportunidades de novos negócios, como transporte, beneficiamento, embalagem e distribuição de alimentos, com geração de emprego, renda e tributos, pois a cadeia produtiva do agronegócio em centros consumidores e regiões produtoras do País, sempre depende de transporte rodoviário.
Essa dependência de estradas rurais justifica nossa satisfação pela contribuição para a viabilização de projeto pioneiro de pavimentação de estradas rurais de Toledo, há mais de uma década.
Quando buscamos recursos e até conseguimos alteração da legislação, permitindo o uso de verbas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na pavimentação rural, contribuímos para o desencadeamento de processo de desenvolvimento rural e urbano, beneficiando agricultores familiares, feiras, agroindústrias, comerciantes e consumidores, de Toledo, da região, do Estado e do País.
*O autor é deputado federal pelo Paraná