De sabor suave, e de leve picância, a pimenta-do-reino se tornou a rainha das pimentas. É a favorita dos cozinheiros. É essa especiaria – mais consumida e comercializada no mundo, que dá um toque marcante, um sabor diferenciado a uma deliciosa comida. Houve época em que esse condimento era um artigo de luxo, quando apenas as classes mais altas da sociedade tinham acesso.
Pelo fato de ter tanta força comercial, a pimenta-do-reino chegou a ser comercializada como moeda, provando o seu alto valor na época das grandes navegações. A busca por essa especiaria, utilizada e valorizada desde tempos imemoriais, foi uma das principais causas da expansão – e apogeu – do império português no Oriente. Um quintal de grãos de pimenta (60 kg) chegou a valer, à época, 52 gramas de ouro.
Os maiores importadores da pimenta brasileira são os Estados Unidos, Holanda, Argentina, Alemanha, Espanha, México e França. Enquanto a Índia, maior produtor mundial de pimenta-do-reino consome 50% do total produzido, o Brasil consome apenas 12% na forma de grãos inteiros, grãos moídos, em misturas com outros condimentos, principalmente cominho, patês, molhos, maionese e embutidos (salame, salsicha, mortadela, presunto).
Foi pensando no potencial desse mercado que o deputado Evair de Melo (PV-ES), membro da FPA, apresentou o Projeto de Lei nº 4728/16, de Incentivo à Produção de Pimenta do Reino de Qualidade, aprovado dias atrás na Comissão de Agricultura da Câmara Federal. Entre as diretrizes do projeto estão a sustentabilidade ambiental, econômica e social da atividade; o desenvolvimento tecnológico; o estímulo às economias locais; a valorização do cultivo da pimenta-do-reino e o acesso aos mercados que demandam maior qualidade do produto. O projeto segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
“É um passo importante na edição de uma lei que vai contribuir para investimentos na produção da pimenta-do-reino de qualidade, além de recursos para o crédito, pesquisa, assistência técnica, seguro, capacitação, sanidade e certificação do produto”, explicou Evair.
Atualmente, a pimenta-do-reino é cultivada em mais de 100 municípios do Pará (responsável por cerca de 80% da produção do país), seguido pelos estados do Espírito Santo, Bahia, Maranhão, Ceará, Paraíba e Amapá. A produtividade média é de duas a cinco toneladas de grãos por hectare. Além do Brasil, os maiores produtores mundiais da pimenta-do-reino são Índia, Vietnã, Indonésia e Malásia.