O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Alysson Paolinelli, participou quinta-feira passada da audiência pública realizada pela comissão especial que analisa a proposta (PL 3200/15) que institui a Política Nacional de Defensivos Fitossanitários e de Produtos de Controle Ambiental. Ele recomendou cautela na hora de legislar sobre defensivos agrícolas e pecuários para não prejudicar a produção agropecuária brasileira.
Segundo ele, para se legislar sobre o uso de defensivos agrícolas é preciso primeiro conhecer profundamente os biomas brasileiros para que não se cometam erros: “Aqui não há o gelo, não há a paralisação de fenômenos biológicos. Aqui não morrem as doenças e não morrem as pragas; elas se transpõem de uma safra à outra sem nenhuma dificuldade. Esta é uma diferença que eu acho que é fundamental quando se legisla no Brasil”.
A presidente da comissão, deputada Tereza Cristina (PSB-MS), da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) afirmou que por ser tratar de uma questão técnica, fatores ideológicos não vão atrapalhar as discussões. “Aqui nós não estamos para discutir ideologia; essa legislação é técnica e é de defesa nacional, de segurança nacional, porque um país que não tem alimentos para sua população tem uma fragilidade muito grande. E o nosso País hoje tem segurança de alimentos para nossa população, temos estoque e ainda alimentamos boa parte do mundo.”
Daniela Frozi, representante do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), defendeu que a legislação em análise na comissão use com clareza o nome de agrotóxico para que não haja desinformação por parte da sociedade. Frozi teceu apologia ao consumo de produto orgânico. Paolinelli esclareceu que o termo agrotóxico só existe na língua portuguesa, criado que foi por ambientalistas para demonizar os defensivos agrícolas.
É relator da comissão especial dos defensivos agrícolas o deputado Luiz Nishimori (PR-PR) e membro da FPA.