Em recente pronunciamento na Câmara, o deputado Carlos Melles (DEM-MG) criticou a falta de apoio governamental à cadeia produtiva do café. E não foi por falta de propostas viáveis: “Há poucos meses apresentamos formalmente nesta Casa, durante Comissão Geral, o Pacto do Café, com medidas eficientes e eficazes para uma política sustentável e duradoura para a cafeicultura brasileira. Como sempre, não fomos ouvidos pela ministra da Agricultura Katia Abreu, não fomos ouvidos pela Presidente Dilma. ”
Carlos Melles, que é membro da FPA, explicou que o café é um extraordinário fator gerador de emprego e renda, portanto, é ainda um produto que tem importante significado e uma face humana muito importante. “É sempre bom repetir que no Brasil, o café emprega mais de oito milhões de pessoas de forma direta e indireta, sendo a principal atividade econômica de nada menos que 1.800 municípios, presente em dezenas de milhares de propriedades, a grande maioria pequenos e médios produtores”.
O discurso do deputado mineiro foi em homenagem ao “Dia Internacional do Café” (14.04). Ele enfatizou que o país lidera a colheita mundial do produto, é o segundo maior país consumidor, “mas por descaso do Governo Federal –que apesar dos permanentes e públicos alertas e propostas dos setores da cadeia da cafeicultura, vira as costas para o setor cafeeiro. A realidade triste é que o Brasil, líder mundial em produção, precisava liderar também a política mundial do setor.
No entender de Melles, não existe segmento econômico, além da agricultura, capaz de contribuir de forma tão intensa para a melhoria da distribuição de renda, beneficiando principalmente a parcela mais pobre da população. “Quero afirmar que o país precisa retomar, rapidamente, um novo estágio econômico e nenhum setor responde tão agilmente como o agropecuário quando medidas adequadas são tomadas, e reafirmo, que a cafeicultura aguarda há anos uma política consistente”.