Dilceu Sperafico*
Os críticos da moderna biotecnologia na agropecuária certamente desconhecem os seus enormes benefícios ambientais, sociais e financeiros, para o País e toda a sociedade brasileira.
Conforme estudo sobre impactos socioambientais e econômicos de culturas geneticamente modificadas, da empresa Céleres e Céleres Ambiental, as vantagens comprovadas do cultivo de transgênicos no Brasil nos últimos 18 anos já somam 29,3 bilhões de dólares ou mais de 100 bilhões de reais.
O levantamento, realizado a pedido da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), se baseou em informações concretas e suas conclusões são confiáveis.
A economia identificada abrange a redução de custos de cultivo de áreas adicionais, caso não existissem os transgênicos, incluindo despesas com insumos, máquinas, implementos, equipamentos e infraestrutura agrícolas, indispensáveis às atividades produtivas do agronegócio.
Para a próxima década, a projeção do estudo é a de que a biotecnologia irá possibilitar a poupança de mais 61,1 bilhões de dólares ou cerca de 200 bilhões de reais.
Conforme os responsáveis pelo estudo, a biotecnologia estimulou o uso mais consciente e correto de manejos agrícolas à disposição dos produtores, incluindo a adoção de tecnologias geneticamente modificadas.
Além disso, o cultivo dos transgênicos, contribuiu para a melhoria da competitividade do agronegócio brasileiro frente aos principais concorrentes na produção e exportação de alimentos, como os Estados Unidos e Argentina.
Dessa forma, também colaborou para o natural fortalecimento da agropecuária global, visando o atendimento das crescentes demandas por alimentos.
Como está previsto o crescimento econômico e demográfico de grande número de países nos próximos 10 anos, a adoção da biotecnologia será cada vez mais importante para que o Brasil continue sendo um dos maiores produtores e fornecedores de alimentos do planeta, sem devastar florestas e causar danos aos recursos naturais.
O País, não custa lembrar, mantém florestas nativas em mais de 60% de seu território e ostenta a condição de um dos principais produtores agropecuários do mundo, cultivando menos de 10% de suas terras.
Essa preocupação com a preservação dos recursos naturais é fundamental à manutenção e expansão do agronegócio, pois a atividade rural significa a reprodução de fenômenos da natureza, como a multiplicação controlada de espécies vegetais e animais.
Com isso, o agricultor, exercendo atividade econômica a céu aberto e sempre exposta aos rigores das adversidades climáticas, é o maior interessado no equilíbrio do meio ambiente e a adoção da biotecnologia colaborou muito com essa tarefa, reduzindo a aplicação de defensivos e o consumo de insumos e combustíveis no cultivo das lavouras.
Os benefícios concretos dos produtos geneticamente modificados, por outro lado, destacam a importância dos investimentos em pesquisa e na difusão de modernas tecnologias entre os produtores rurais, atendendo às exigências cada vez maiores do mercado globalizado e competitivo sobre qualidade e sanidade dos alimentos.
Felizmente, portanto, os inimigos da ciência e da evolução, que tanto combateram os transgênicos há alguns anos, foram vencidos pela verdade dos fatos e o Brasil e os brasileiros podem hoje comemorar os resultados alentadores das culturas geneticamente modificadas.
*O autor é deputado federal pelo Paraná