Mulet destacou também na entrevista que só por um alimento ter o selo de ecológico não quer dizer que ele seja melhor para o meio ambiente. “Na Alemanha se consomem abacaxis ecológicos produzidos na Costa Rica. Ou verduras cultivadas em estufas de plástico em Almería (Andaluzia, Espanha). O impacto na forma de emissões de CO2 em seu transporte é muito pior do que o que teria ao produzí-la de forma não ecológica, mas em um local mais próximo. Alguns produtos usados pela agricultura ecológica com o alúmen e o sulfato de cobre empregado como fungicida são altamente contaminantes”, explicou.
Ele prevê que os benefícios da tecnologia no futuro devem começar a ser sentido pelos consumidores, não só pelos produtores, e também o fim do medo dos transgênicos. “Haverá uma oferta cada vez maior de espécies, mas não de variedades. Haverá mais frutas e verduras exóticas nos nossos comércios, mas uma só variedade de tomate, a que demande o mercado. O medo dos transgênicos tem os dias contados. […] Agora chegam os benefícios ao consumidor. Quando este se der conta da quantidade de cores, cheiros e sabores que podem oferecer, ele vai comprar sem medo. Ademais, permite produzir trigo para celíaca, tomates com antioxidantes que previnem câncer, carne com menos colesterol”, disse Mulet.