A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) ofereceu um apoio condicional ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na votação dos projetos de ajuste de fiscal. Em uma reunião-almoço ocorrida nesta terça-feira, em Brasília, os deputados deixaram a entender que apoiam o governo, mas querem uma sinalização de que a presidente Dilma Rousseff não irá vetar o projeto de terceirização, uma das bandeiras da bancada. Também pediram o pagamento dos subsídios ao seguro rural que estão atrasados desde o ano passado e, agora, somam uma fatura de R$ 700 milhões.
O ministro teria se comprometido a resolver de imediato. “Ele se comprometeu a resolver essa questão imediatamente. Ele não falou amanhã, mas esperamos que seja depois de amanhã”, disse o presidente da frente parlamentar, o deputado Marcos Montes (PSD-MG), criticando setores ligados ao PT, partido da presidente, que tem feito campanha contra o ajuste fiscal. Montes ressaltou que vai cobrar uma posição da presidente sobre a terceirização “Se trata de darmos segurança jurídica para os empresários e permitirmos mais emprego e renda para os trabalhadores” – avalia.
“Pedimos a ele essa sinalização de que a presidente Dilma não vai vetar a terceirização, isso iria contra os interesses da nação”, disse o deputado Marcos Montes. “Vetar a terceirização para fazer discurso político para algumas entidades dificulta a gente tentar provar e mostrar aos parlamentares que as medidas de ajuste são de fundamental importância para o Brasil”, afirmou.
“A presidente tem concedido entrevistas em que acena com o veto ao projeto da terceirização, o que contraria frontalmente o posicionamento da FPA” – disse o presidente da entidade. De acordo com ele, a bancada entende a preocupação do governo em aprovar o ajuste fiscal, mas o governo, por sua vez – segundo Marcos Montes, “precisa entender as preocupações dos agropecuaristas”. Para a FPA, o projeto da terceirização não atende apenas aos ruralistas, mas sim, “ao Brasil como um todo”.
A FPA ainda entregou ao ministro propostas de interesse do setor, como a expectativa de que o crédito para o setor na próxima safra seja elevado para R$ 220 bilhões; eles também esperam a manutenção da política de juros subsidiados; pediram ainda medidas alternativas de estímulo a captação de recursos para o crédito rural, isentando de impostos captações que fossem feitas no exterior e tivessem o financiamento do setor produtivo rural brasileiro.
O ajuste – O ministro da Fazenda fez uma explanação sobre o ajuste fiscal, pediu o apoio da FPA, e assegurou que as mudanças que envolvem restrições para o acesso ao seguro-desemprego, abono salarial e pensões por morte, “não implicam perdas trabalhistas, mas sim, o combate a abusos”. Joaquim Levy disse que o ajuste proposto pelo governo vai proporcionar uma economia de R$ 18 bilhões ao longo de 2015. O ministro afirmou não ter dúvida de que boa parte dos parlamentares entende a urgência e a importância de se aprovar as medidas que – de acordo com ele, vão ajudar o Brasil a ter equilíbrio fiscal.
O Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse, no entanto, que as medidas de ajuste fiscal tem encontrado “apoio em todas as partes” e que um grupo de parlamentares que participou do encontro entendem a importância dessas medidas. Ele ainda repetiu o discurso de que as medidas de ajuste não tiram direitos do trabalhador, mas que existem políticas que precisam passar por correções de distorções para serem fortalecidas.
Com Agência Estado